domingo, 5 de outubro de 2008

O PORTINARI DA FOTOGRAFIA




Sebastião Salgado é artista fotográfico renomado internacionalmente e, com certeza, apesar do prestígio que tem em nosso país, é mais reconhecido e respeitado fora do Brasil. Não apenas merece essa valorização pelas técnicas que utiliza em suas produções, que já fazem suas fotografias diferenciadas e merecedoras do status de arte, mas principalmente pelo fato de ter transformado seu trabalho em importante elemento de reflexão sobre os rumos da vida no seu próprio país e no mundo.












UM POUCO DE SUA VIDA:





Ele nunca estudou fotografia.



Tem 55 anos e nasceu em Aimorés (MG).



Formou-se em Economia em Vitória (ES), em 1967.



Mudou-se então para São Paulo, para fazer mestrado, e em 1969 foi viver em Paris, onde obteve o doutorado.



Em 1971 começou a trabalhar na Organização Internacional do Café (OIT), em Londres.



Viajou para vários países africanos por causa do trabalho. Foi quando começou a fotografar.



Em 1973, aos 29 anos, voltou para Paris e resolveu virar fotógrafo.



Um ano depois, entrou para a agência Sygma; em 1975, passou para a Gamma; em 1979, para a Magnum.



Ele defende idéias de esquerda.



Fotografa apenas em preto-e-branco e contra luz.



Ganhou os mais importantes prêmios do mundo na área.



Desde 1993 Salgado está trabalhando no registro de correntes migratórias em dezenas de países.

Vejamos algumas de suas obras:




Sebastião Salgado


Day of the Dead in San Vicente Nautec Ecuador,


1982




Em suas fotos estão presentes o limite, o conflito, o mundo da humilhação, da opressão, mas também da esperança, da solidariedade e da capacidade humana de resistir. Seu foco intervém para provocar o debate e construir a solidariedade aos trabalhadores, porque encontrou na resistência destes uma forma de quebrar a lógica do mercado e de resistir ao que Salgado chama de "extinção da espécie".








“Minha maior esperança é provocar um debate sobre a condição humana do ponto de vista dos povos em êxodo de todo o mundo. Minhas fotografias são um vetor entre o que acontece no mundo e as pessoas que não têm como presenciar o que acontece. Espero que a pessoa que entrar numa exposição minha não saia a mesma.”

(Sebastião Salgado)











Nos seis ou sete anos em que fotografei os trabalhadores, percebi que estamos passando por uma transformação total dos meios de produção. Com o fim da primeira revolução industrial, a chegada de novas tecnologias -- das máquinas inteligentes -- às linhas de montagem e a nova organização dos fatores de produção, vi que o ser humano e sua vida sedentária tradicional também estão passando por transformações.”
Sebastião Salgado









"Espero que tanto como indivíduos, grupos ou uma sociedade, façamos uma pausa para pensar na condição humana na virada do milênio. Na sua forma mais brutal, o individualismo continua sendo uma fórmula para catástrofes. É preciso repensar a forma como coexistimos no mundo."
(Sebastião Salgado)









"Eu acredito que o estilo de vida dos países mais ricos é o estilo de vida certo para todos. Todo mundo tem direito à saúde, educação, previdência social, além do direito e necessidade à cidadania. Acredito que todos os seres humanos neste planeta têm direito às mesmas coisas. "
(Sebastião Salgado)





















Sebastião Salgado
San Juan
Chimborazo Ecuador
1979




Suas lentes estão acostumadas a captar o "silêncio" e o "grito" dos desfavorecidos. Ao congelar imagens de rostos marcados pelo tempo, de multidões reunidas em manifestações político-sociais, e de crianças de olhar adulto e compenetrado, Sebastião Salgado revela seu discurso categoricamente antielitista. Além de eleger o povo como personagem principal de sua arte, o fotógrafo retrata, com dignidade e beleza estética, a miséria e a angústia do homem em sua difícil luta pela sobrevivência.














Sebastião Salgado


Refugees in the Korem camp Ethiopia, 1984










"Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes."
Sebastião Salgado
















Sebastião Salgado


Children's ward in the Korem refugee camp Ethiopia,


1984











Sebastião Salgado


community above Chimborazo Ecuador,


1982












"Acredito que uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens materiais, mas participando, sendo parte das trocas de idéias, estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no mundo".

Sebastião Salgado









Fotos extraidas do site:www.foruns.terravista.pt










Um comentário:

Bem Quer'Art disse...

Adoro o trabalho do Sebastião Salgado!Incrível encontrá-lo aqui no seu Blog, pois este ano eu penso em trabalhar a partir da obra dele!Parabéns pelo belo trabalho!